Número cinco - a ExpoFoda de A a Z

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O Salão Erótico de Lisboa de A a Z 

com bastante esporra e menos vitamina C

 

               HOW’S EVERYONE OUT THERE? ARE YOU READY TO PARTY?

               (TUDO BEM, PESSOAL? PRONTOS PARA CURTIR UMA BOA?)

 

The Dirty Dozen Brass Band in Montreaux-Saldanha

(Kevin Harris no saxophone tenor; Kirk Joseph na tuba; Luís Graça em Macrohard Word)

 

(Um A a Z de qualquer acontecimento é uma espécie de Viagra jornalístico. É preciso fazer um balanço qualquer e assim a erecção surge mais facilmente de forma duradoura)

 

A de Ansiedade. 

Primeiro, a emoção insubstituível de ver a notícia do salão neste blog. Euforia! Incredulidade! A ansiedade a meter-se nos meus poros com laivos de alergia. A ansiedade de saber todos os pormenores o mais cedo possível. A ansiedade de saber se podíamos cobrir o salão como jornalistas. A ansiedade de saber se havia sexo ao vivo. A ansiedade de saber quantos stands iam ser montados.

"Ansiedad, de tenerte en mis brazos..."

 

B de  Jerónimo Broche.

(Com o simpático patrocínio do Major Bergantim Veleiro e da Ourivesaria Nicewiew, em Gôndolamar).

 

Se Mamadu Djaló Bobó era muito apreciado pela claque do Estrela da Amadora e do Boavista, será natural que os lisboetas também se revelem «gourmets» muito particulares das delícias de um boca-doce é bom é bom é, diz o avô e diz o bebé, que na altura do anúncio a pedofilia não era notícia. Era carinho pelas crianças.

A capital do Império tem uma Casa dos Bicos.

Mas na ExpoFoda não houve bicos oficiais. Com ou sem preservativo, com ou sem preparativo. Mas não podemos garantir o que se passou na casa de banho ou dentro da arca frigorífica da zona Gay.

 

C de Carisma. 

Para ser uma estrela porno é preciso mais que ser boazona e gostar tanto de dinheiro como de foder. A italiana Milly d’Abbraccio tem carisma e nem precisa de saber quem é o Luís Figo. Bibian Norai tem carisma e pouco interessa que tenha trocado a decoração de interiores pela devoração de actores. Nomi tem carisma e pouco importa que tenha passado a casa dos 30. João das Regras também passou a Casa dos 24 a preço de saldo, porque o filho se meteu na droga.

 

D de Dolly Golden.  

A actriz francesa Dolly Golden tem C de carisma e é simpática e inteligente. Percebeu à primeira os jogos de palavras com afundasao.blogspot.com. Chama-se Golden porque o seu traseiro tem a forma de uma maçã Golden. Foi isto que ouvi num ‘making of’. Não estou a gozar.

 

E de ELVAS. 

Ah! alentejano de um cabrão! Aquilo é que foi pedalada a vires-te, João Fernando. No casting de actores porno!

 

F de FODER. 

Não houve homens a foder mulheres. Nem actores a foder a assistência. Mas houve vibradores a entrar nos túneis, línguas a lamber passarinhas, mãos de aço a esgalhar punhetas em casting. Não chega, Portugal? Não gostaram, querem mais?

 

G de PONTO Graça. 

É o ponto de caramelo que um jornalista tarado sexual especial atinge quando sabe que nada lhe pode correr mal na cobertura de uma Feira do Sexo. Exige muita doença mental e todos os pais responsáveis devem ter consciência de que uma criança normal pode degenerar em Luís Graça. Basta juntar vodka Absolut, uma tablette de Cadbury e uma selecção cuidada de DVD porno.

 

H de HORÁRIO. 

Para um noctívago como eu, o horário das 14 horas à uma da matina foi perfeito. As manhãs para mim são fodidas, mas se isso significar sexo ao vivo, posso levantar-me às 7 da manhã, todo fodido, na expectativa de chegar ao Salão e ver os outros e as outras na mesma.

 

I de IMAGINAÇÃO

Para ser erótico, faltou a este Salão deixar algum espaço para a imaginação. Era tudo muito óbvio, directo e frio. E isso é o que distingue, para muitos, o erotismo da pornografia.  

 

J de JORNAIS. 

Fugindo ao espírito corporativo de não falar de caralhadas de trabalho, impõe-se uma reflexão sobre a cobertura do Salão pelos jornais. Foi extensa, o que se saúda. Foi muito bem ilustrada, o que se saúda. Mas não passou de banal, por falta de investimento na formação de jornalistas. O evento foi encarado como um fait-divers de escândalo, em que o nu e o cru mandam mais que a arte, o erotismo ou o sexo puro e duro. José Maria Pedroto falou dos 30 metros de atraso do futebol português. As mentalidades lusitanas em relação ao sexo ainda estão à procura do talão para sair do parque de estacionamento. Basta ver o que aconteceu com a tentativa de censura ao livro «As mulheres não gostam de foder», de Alvarez Rabo, na Livraria Polvo, em Viseu, em Outubro de 2004. E os jornais reflectem essa urgência de bater o "boneco" que vende, sem pruridos de consciência porque se trata de sexo. Desculpem lá, nunca foderam?

Claro que há artigos e artigos. Mas assim como um JN efectuou duas páginas cuidadas por Cristiano Pereira, um diário como o «24 Horas» foi capaz de preencher meia-página com uma  magnífica foto da francesa Nomi sem que a "star du X français" fosse depois identificada na legenda ou no corpo do artigo. Culpa da redactora? Evidentemente que não. Com a redução de pessoal, o histerismo orgânico de fechar a edição do  jornal antes mesmo de acordar, tomar banho e fazer a barba, com o tempo cada vez mais preenchido em salas de reuniões e menos nas Redacções, o que se espera?

Está tudo fodido! E é por isso mesmo que a ExpoFoda tem obrigação de ser bem coberta.

 

L de LIBERDADE. 

Goste-se ou não da ExpoFoda, a sua realização é uma questão de liberdade. Mais singelo que isto só o gelo, que se derrete todo com uma gaja boa da Martini. Fiz-me entender ou é preciso mandar prender alguém na zona do "Fetiche" para lhe dar umas boas chicotadas no cérebro?

 

M de Megasex. 

Luís Correia, responsável da Megasex, na noite de 2ª feira, em plenas funções na loja da Calçada da Glória, sem ângulo para ver subir os eléctricos, mas capaz de se abalançar a um balanço da ExpoFoda:

"Em termos de volume de negócios, esta loja da Megasex não foi afectada pela Feira, muitos visitantes do salão passavam depois por aqui. O acontecimento foi excelente em termos comerciais. Mas, como foi a primeira vez que se realizou, notou-se uma certa desorganização nas bilheteiras, pois os ingressos deviam ter sido disponibilizados mais cedo. De uma forma geral, para primeira vez foi bom".

 

N de NEGAÇÃO. 

Dizer que o Salão foi uma porcaria implica negar o êxito de assistência e de vendas. E as manifestações de euforia da assistência, com enormes aglomerações nos palcos da IFG, do Passerelle, da Exotic Angels, da Megasex e da zona Fetiche, sem desprestígio para os outros, como o rítmo elevado no que toca a private dances e table dances efectuadas.

 

O de Organização. 

Simpatia e disponibilidade por parte dos responsáveis portugueses João Águas e António Batista, embora o último não tivesse tenpo para parar um segundo, pois havia múltiplas coisas para tratar. Também Juli Simon e Ferran tentaram facilitar a vida dos jornalistas. O grupo de apoio à Comunicação Social foi de cordialidade extrema, com bons exemplos em Manuel de Jesus, André Serpa, Sandra Correia e Joana Fernandes.

Em termos logísticos, no entanto, a Sala de Imprensa era muito exígua e mal equipada. No meu caso, não fui decisivamente afectado, devido à retaguarda proporcionada por amigos, mas tive problemas com o meu computador e não pude "fazer a dobra" no local. Se houvesse necessidade de trabalhar a partir dele, os computadores do pavilhão 4 nem autonomia de Internet tinham. E se este ano não terá havido casos de maior, para um jornalista estrangeiro, que queira fazer da sala de Imprensa o quartel-general, o caso poderá mudar de figura. Supõe-se que as condições dos hotéis e a evolução da tecnologia tenham obviado a este pormenor.

Falta uma sala de Imprensa onde os jornalistas possam trabalhar com desafogo (protegidos do nível sonoro que os obriga a forçar a garganta a níveis elevados para qualquer entrevista) e receber os entrevistados. Basta uma sala com cinco ou seis mesas, meia-dúzia de computadores com Net, meia-dúzia de computadores, outros tantos faxes e dois ou três assessores de Imprensa em permanência na sala.

Basta copiar o exemplo bem próximo fisicamente (Pavilhão Atlântico, que tem outras condições, claro, não é disso que se trata) de um Masters de ténis ou de um Mundial de Juniores de Basquetebol de 1999.

Diga-se, no entanto, que a circulação dos jornalistas pelos espaços de cada palco foi bastante fácil e imperou a correcção entre os repórteres fotográficos, os redactores e os jornalistas da TV e rádio, sem atropelos. O que não pode acontecer de maneira nenhuma é "cair do céu um pára-quedista com símbolo de comando na lapela", a simular uma ineficaz e estúpida segurança a Herman José.Há aqui uma incongruência enorme. Se Herman se quer proteger da multidão, nem devia aparecer num local densamente povoado. Se quer contactar com os fãs, para que trazer um atrelado com comportamento desnorteado de carrinho de choque mal educado e de cigarro aceso?

Quanto ao preço dos bilhetes, é demasiado elevado para que se crie a regra de não possibilitar de novo a entrada de quem pretende sair para voltar mais tarde. A zona da Expo é aprazível e não é legítimo que se queira aprisionar o visitante, durante o Verão, horas a fio, num espaço fechado, ruidoso e tendencialmente saturante se não houver pausas. Há sistemas para evitar burlas.

 

P de PELE. 

O que mais se viu nestes dias no pavilhão 4 da FIL.

 

Q de QUALIDADE. 

A níveis diversos, é inquestionável que o Salão de Lisboa contou com a presença de vedetas do porno de qualidade. Em número reduzido para outros certames,é certo. Mas até isso tem vantagens. Numa aldeia mais pequena, o contacto com as estrelas porno pode ganhar uma intimidade impossível numa Babel de tesão e adeptos.

 

R1 de ROBERTO CHIVAS. 

O «speaker» do palco do grupo IFG, também ele actor porno com provas dadas, é um cromo da melhor espécie. Boa voz, comunicativo, brincalhão, aberto ao público, capaz de estar em cima do palco do primeiro ao último dia com um sorriso cativante. Pode pecar apenas por ser super-descontraído e algo cabeça no ar, o que irritou algumas vezes as bailarinas, que pretendiam uma presença mais atenta de Roberto em cima do palco. Mas estes casos não foram muito frequentes. Este Chivas tem condições para ser uma «Reserva» dos comunicadores dos salões porno. Não há dúvida de que sabe interagir com a assistência.

 

R2 de RECORDE DA ORDINARICE  

Segundo um ordinarómetro/obscenamómetro instalado no site porcalhoto a funda São lidera o mercado de longe. Um gajo até se sente mal a dizer coisas como caralho. Para quê? O nosso avanço é tal que até parece mal chatearmo-nos. Connosco os miúdos vão sempre atrás. Que ninguém interprete a última frase como um convite pedófilo..

 

S de Segurança. 

Forças de seguranças muito educadas e interessadas, com revistas mais cuidadas nos dois primeiros dias e mais permissivas no fim-de-semana.

 

T de TEORIA DE CLINTON.

Disse-se que não havia sexo ao vivo no Salão. Mas foi coisa que não faltou. Não houve foi foda com o público nem entre actores, nem sexo oral dos actores com o público. Mas houve sexo oral lésbico, masturbação lésbica e heterossexual (no casting), jogos com brinquedos sexuais...etc...

Eu agradeço, mas isto  não é considerado sexo. É boa! Parece a teoria do Bill Clinton. Pus a questão a Roberto Chivas, que achou piada e concordou comigo:

- É isso mesmo, a teoria do Clinton. Sexo para nós é follar.

Sai um follado de salsicha, na brasa, com uma pitadinha de salpicão!

 

U de URINÓIS.

Casas de banho com capacidade reduzida, mas com condições de higiene bastante aceitáveis. O meu amigo Gimba ficou chocado com a existência de publicidade por cima dos urinóis. É frontalmente contra.

 

V de VITÓRIA. 

Para o sucesso comercial e de assistência.

 

X de XXX.  

Símbolo de pornografia do escalão mais elevado. Houve nas sessões de cinema do «Cine Paraíso», esteve ausente na Zona Gay e na zona Fetiche.

 

Z de ZARAGATOA. 

"(...) Pequena esponja ou pincel de fios de linho, na extremidade de uma haste, própria para aplicar remédios na garganta ou nas fossas nasais; Medicamento que se aplica com esses objectos".

À falta de broche, por este ano...

Luís Graça / São Rosas


 

Afunda-te nos números anteriores:

   

Número quatro - o último dia da ExpoFoda

 

Número três - o dia da funda São na ExpoFoda

  

Número dois - o dia dos Ena Pá 2000 na ExpoFoda

 

Número um - o primeiro dia da ExpoFoda

 

Número zero - a apresentação da ExpoFoda

  

   


(fo)dia-a-(fo)dia do I Salão Internacional Erótico de Lisboa

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