Número um - o primeiro dia da ExpoFoda

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QUENTES E BOAS

DICK HARD ACONSELHA PARA HOJE, dia 1 de Julho:

O espectáculo dos Ena Pá 2000, com início entre as 23 e 30 e a meia-noite.

Os horários da restante programação são muito semelhantes aos do primeiro dia.

--- Fui duas vezes revistado pela Polícia. Da primeira vez, o senhor tinha luvas de cabedal preto, mas não consta que tenha actuado na zona “Fetiche”.

--- O taxista que me transportou para o Salão: “Eu não vejo filmes pornográficos, mas gosto muito de sexo. E com uma mulher, é tudo. Sou eu, a mulher, a cama. E depois é vibrar como um animal!”.

--- A Mary, emblemática stripper do “Passerelle”, nos sofás, a ler a “Fotochoque”. Beijinhos para cá e para lá.

- Tudo bem, Mary?

- Tudo bem, obrigada.

- Já tinha estado em salões?

- Só em S. Paulo. Tinha aí uns 18 anos.

--- Dolly Golden acaba show na Natural Vídeo/Platina Vídeo. Atira t-shirts ao povo. É amendoim aos macacos. Tipo Volta a Portugal. "Ó chefe, é um boné, é uma camisola, é um ‘techarte’".

--- No mesmo stand, as palavras de Jorge Ferreira, que me explica o ponto da situação em relação ao casting porno. Para já é só homens candidatos. Uns 20. “Mulheres? Isso queríamos nós!”. Há uma série de coisas a preencher num formulário, mas a  ausência de foto é eliminatória. O questionário terá de ser preenchido pelo menos a 90 por cento e depois as pessoas são contactadas. “Isto é à razão de uma mulher para 30 homens!”.

Portugal tem hipótese de ter uma indústria a sério? “Vamos ver. Esta Feira ajuda. Estou surpreso com a reacção do público no primeiro dia”.

--- Chama-se Diana, tem 25 anos e é secretária. Quando o speaker Roberto Chivas pediu miúdas para interagir com Bibian Norai e Dunia, a Diana partiu que nem uma flecha a caminho da tromba do xerife de Nottingham. E subiu ao palco da Hard Zone ainda mais rápida que Tiago Monteiro em Indianápolis (o gajo deixou ganhar os Ferrari).

Lourinha querida, a Diana.

E foi assim tipo “Vai buscar, Piloto, ‘tá morto!”.

Mostrou a maminha, apalpou e foi apalpada e quando chegou à altura dos “linguados à meunier” soube elevar-se à altura da ocasião, com a catalã e a brasileira. Ou seja, deu-se ao espectáculo.

Capturei-a na viagem de regresso.

- Posso entrevistá-la e tirar-lhe fotos? Não vai ter problemas no trabalho?

- Não, tudo bem.

E contou-me a sua história. Veio com o namorado, não pensa em “swing”, deixou-se arrebatar pelo momento e nunca tinha estado aos “linguados” a mulheres. O público delirou. Diana foi o “homem do dia”.

Daqui para a frente pensa em alargar o seu cardápio sexual com “ménage à trois” (duas mulheres e um homem). Ela e o namorado já andavam a magicar nisto. Portugal está a mudar. Fosse ela Bárbara e o namorado Manuel Maria e ainda tinham um filho chamado Dinis Maria, a passear de mochila às costas (e à frente, depende do vento) do progenitor.

--- Chama-se Katty, é russa, bailarina do Cat’s de Carcavelos. Foi o sonho que vi todo nu à entrada do Salão. Perguntei a Óscar Rosmano, o responsável pela Exotic Angeles (vão ao Google e escrevam Exotic Angels, são 4 e 50 e tenho muita prosa para aviar) se era portuguesa:

- Não, chama-se Maria mas é russa.

Senhores ouvintes, com esta russa metia-me eu numa salada. Pensando bem, sou um “alfacinha” sem tomates. Na hora da verdade, murcho. Já me aconteceu. É dos nervos.

--- Espectáculo do dia - duelo de titãs na Hard Zone: Suzy Diamond/Julie Silver. Com direito a cunnilingus (desculpem-me, queria dizer minete) e dedos na passarinha. E vibradores! Isto é muito importante.

Na volta do correio, sento-me à mesa com Julie, checa de Pribram (a uns 50 quilómetros de Praga, toda a gente conhece, são famosos pelas pataniscas de bacalhau e os poemas de Jaroslav Kossamaki).

A menina nasceu a 11 de Agosto de 1981 e não planeia a retirada. Está há quatro anos na pornografia e fez uma vintena de shows de strip, em Barcelona, Berlim, México, Bratislava, Praga e Varsóvia.

Mas…se é para foder é para foder. Ela gosta é do “dick hard” nas suas entranhas. Não me disse desta forma, mas a ideia está correcta.

“Estes espectáculos são muito soft. De vez em quando gosto de mulheres na minha vida sexual, mas gosto mais do porno propriamente dito. Lisboa é agradável. É um ambiente semelhante ao salão de Barcelona. O público reage de forma semelhante. Primeiro estão calados, depois desatam aos gritos e aos aplausos. Aqui são um bocadinho mais tímidos que em Barcelona”.

Julie pretende passar à realização de filmes “da bronca” (como dizia um amigo meu), abrir sex-shops e depois logo se vê. Quando não está a foder profissionalmente (ou derivados) gosta de nadar, dançar na discoteca, fazer compras e jogar snooker.

Não sabia que havia um shopping perto.

Esclareci-a. “O Centro Comercial chama-se Vasco da Gama. Era um homem que tinha um chapéu esquisito e gramava viajar com os amigos, para além de apanhar sol e andar à vela”.

--- João Águas é um dos principais responsáveis portugueses pelo Salão. Casado com a sócia-gerente da ONDA COSTA, a agência de viagens que tratou de toda a logística da meia-centena de pessoas que veio a Portugal.

Tudo se conjugou.

“Podíamos estar num Congresso de Cardiologia. E não estamos a promover o turismo sexual. Conseguimos negociar preços bons para os participantes. Planeamos férias de lazer e prazer. O sexo faz parte da vida. Porque não tratar do Salão?”.

--- Ganda cartaz na parede: “Château”, disponível em Agosto. Um filme realizado por Conrad Son, com Sílvia Saint e Cristina Bella. É da Private, venham cá, ó fregueses, tem dois discos e dez gajas boas como o milho a doirar nas planícies alentejanas. O título inglês é: “The struggle for power”. Já agora, se me permitem a sugestão de um título em português: “A existência precede a essência”.

--- Não haverá engano no nome da Rádio que está a cobrir o certame? Não será gralha? Que diabo! BEST ROCK FM ? Não será antes BEST COCK SM? Vejam lá isso, por obstáculo.

--- Frases em T-shirts e camisas de alças:

Free your soul

Fish me

No bees, no honey... no, no Money!

--- FRASE DO DIA:

Um grupo de jovens, três meninas e três meninos, de regresso a casa.

Ele: “Isto é cultura! Hoje vamos treinar em casa. Ai, não!”

L.G.

RESPEITÁVEL PÚBLICO

O PESSOAL QUER É GAJAS E FETICHES

Já tinha dito: onde há milho há pombos. A partir do final da tarde não havia strip ou espectáculo que contasse com menos de centena e meia ou duas centenas de espectadores.

Tipo aglomeração à porta do Estádio da Luz, quando levava 120 mil pessoas. Ó Ricardo de Araújo Pereira, tens saudades? Eu tenho e sou sportinguista.

No espectáculo de fetiche só entrei à terceira tentativa. Perto de 70 lugares sentados, bichas até dizer mais não. Pelo contrário, o ciclo de cinema esteve quase sempre às moscas. Um quarteto de balzaquianas entreteve-se ao princípio da noite a gozar com um senhor idoso, a ver o “Citizen Shame”, um remake do “Citizen Kane”, do Orson gordalhufo. Uma delas, a mais provocadora, virou a cadeira para ele, de costas para o ecrã e quando houve uma gloriosa esporradela saiu-se com esta:

- Já viu? Aquilo é líquido anestesiante. Agora, só passada meia-hora é que o senhor se vai conseguir levantar.

As meninas entravam e saíam, riam-se muito. Mas era para disfarçar a curiosidade natural. Nos casais de idosos, os homens desfrutavam com gosto, as esposas estavam de boca aberta. Mais que excitadas.

Já na zona gay se notava maior excitação dos poucos casais supostamente heterossexuais que por lá assistiam a filmes em que homens mamavam no vigoroso de outros com uma autenticidade  espiritual a todos os títulos digna de encómios.

Aqui, os homens faziam frete a acompanhar as namoradas. No ciclo heterossexual, eram as miúdas a dizer: “Queres ir-te embora?”. Mas com um ar meiguinho, para não parecer mal. Às 22 e 37 uma menina ajuizada confessou-me: “Sabe, só entrei aqui para descansar as pernas”. Não estava mesmo interessada na fruta. E com ela era mesmo a sério.

Na zona Gay, uma trintona estava a entrar, observou um gay todo musculado em pleno strip e ficou banzada. Disse para a amiga: “Isto é a zona gay”. E a amiga: “É. Diz ali no letreiro na parede”.

Entraram à Speedy Gonzaley. Qual gay! Era um homem apetitoso, isso é que contava! Segundos antes saíra uma adolescente com um ar enjoado. Ou seja, gostos não se discutem. Na ExpoFoda há de tudo, como na farmácia.

Encontrei um amigo com o filho pela mão.

- Ó meu palhaço, trazes o teu filho para isto?

- Já tem 18 anos. Tem de ver.

- Posso citar o teu nome?

- Ouve lá, estás maluco? Vê lá o que fazes.

Deu-me ideia de que o puto se sentiu muito honrado por conhecer em directo um tarado sexual genuíno, em plena função badalhoqueira e jornalística.

Descontraído estava um grupo de amigos, em trio. Abancaram junto ao bar, eu ataquei. Uma das meninas é a autora do www.photoblog.be/_sensualidade_III (cansa, não cansa?). Entraram às 15 horas  e estavam um bocado desapontados, mas à saída a conversa era outra: “Melhorou muito. Desculpe, não dá para dizer no blog que sou vocalista do grupo ENDAY? Já agora, o site é ENDAY.pt.vu. Obrigado”.

O chaval diz que vão rebentar por aí, daí a dois anos está na escola do Hot e depois vai gravar aos Estados Unidos. Ou antes. É muita gente, muito movimento.

Bem, o certo é que dois eram de Comunicação Social e um de Relações Públicas e Publicidade. Chavais simpáticos a falar com o “coroinha” de cabelos grisalhos.

Então, ó menina do site, e pornografia, vê DVDs?

- É mais Internet. Na TV, só um bocado de zapping. Já me deixei um bocado disso. Nunca vi um filme do princípio ao fim. Que seca!

E ele: “Sim, que seca!”.

São jovens.

L.G.

ASES DA PANTALHA

“Venha-se na minha cara”

“Venha-se na minha cara!” - dizia a muy nobre e respeitável deep throater Jeena Fine para TT Boy ou Sean Michaels, já não me lembro. É muita sarda para meter na cabeça em quatro dias.

Eram 18 e 15 horas. Tempo de clássicos na sala “Cinema Paraíso”. O filme era um policial. Por isso mesmo, os gajos torturavam a miúda:

- Só quando nos disser quem é o chulo.

Os gajos lá acabaram por disparar em cheio no rosto da muy leal e esporradíssima senhora.

Passado um bocado eu estava sozinho na sala. Aí durante um minuto.

Às 16 e 50 o filme estava sem se ouvir. A música abafava aquilo. Para a noite melhorou. A rapaziada na sala (uma dezena) estava distraída. Um cinquentão lia as contracapas dos DVD’s que comprara, um chaval lia um jornal, um jovem brincava com o telemóvel.

A sala tem mais luz que o estádio do PSV Eindhoven, que é da Philips. Para esgalhar ao pessegueiro vai ser complicado. Dão-se alvíssaras a quem conseguir.

Passado um bocado, toma lá quentinho e mais uma ejaculadela clássica para uma menina:

- Senhor Calipigi, quanto ao meu aumento? (O Silvera é o Sal Calipigi).

E o Silvera: “Estou apaixonado pela sua peida”.

A legendagem era em “brasileiro”.

À 1 da matina, quatro gajos. Um deles esfrega a região do prazer. Um sessentão. Era mais uma jornada do clássico “Citizen Shame”.

L.G.

DICKATORIAL

QUEREM BARCELONA? VÃO LÁ!

O povo é fodido. Em primeiro lugar, encheu a ExpoFoda. Depois protesta. A “olhómetro”, direi que entre 5 e 10 mil pessoas estiveram ontem no Salão. Expectativas a superar o que de mais optimista se previa. Não havia ainda números oficiais fornecidos pela organização.

Claro que eu, ser humano intelectualmente superior, previ uma afluência na ordem das 30 mil almas (os pornógrafos têm alma?). Mas o comum dos mortais não esperava.

Mas, porém de batata todavia contudo, a porca gosta sempre de torcer o rabo, independentemente de ser a actriz principal do “Triunfo dos Porcos” de George Orwell ou de se constituir uma porca vulgar, potencial participante na “Quinta das Celeridades”.

Falo com os amigos, falo com os espectadores comuns e 90 por cento da malta diz: “Eh! pá, esperava mais disto”. Depois eu perguntava o que queriam e eles ou elas respondiam: “Não sei bem, Barcelona é diferente”. Olha o cacete! É óbvio que sim. Queriam ópera por 20 euros?

A divulgação foi boa, toda a gente foi avisada que não havia sexo ao vivo com o público. O que queriam? “Ah! Não sei, o espaço…”. Olha que porra! É um pavilhão! Melhor é o Pavilhão Atlântico, ali ao lado, mas este pavilhão 4 serve muito bem.

Ou isso ou eu estou tão carente que vejo muitas qualidades num festival embrionário. Mas lembro-me de que foi num pavilhão de características semelhantes que se processou em 99 ou 2000 um festival à la NBA, com as Laker Girls e os acrobatas eslovenos “The frogs”. Também as vedetas (jogadores da NBA) não eram as maiores dos States, mas foi o que se pôde arranjar e não foi nada mau.

Aviso deste já que não tenho medo que o organizador português, o super-boss das sex-shops, António Baptista, me vá ao pacote se eu disser mal da organização. E também aviso que não ando a bater punhetas gratuitas nem estou comprado com noites passadas com as vedetas.

Aviso desde já que até estou cada vez mais amargo e a crítica me tem saído com facilidade neste Portugal século XXI.

Mas encontro uma série de pontos positivos neste Salão. Boa vontade dos organizadores portugueses e espanhóis, boa segurança policial à entrada do pavilhão (foi das revistas mais eficientes que me fizeram e eu estou habituado às dos pavilhões desportivos), boa educação por parte dos seguranças que estão nas portas laterais. Nunca me deixaram entrar por onde eu não podia e fizeram-no sempre com conhecimento de causa e elevação.

O número de sex-shops presente é elevado e muito superior à oferta existente em Lisboa, com a vantagem de ter certo tipo de produtos que só muito dificilmente se encontrarão depois, ao entrar numa sex-shop.

Há muitos saldos e promoções de DVD’s e se fosse mulher havia ali vibradores que não me escapavam.

Ah! Querem que eu diga qualquer coisa de ruim, mesmo ruim? Está bem. Eu digo mal do “comando” que veio fazer a segurança de Herman José (ver peça à parte, até parece um jornal a sério). E do facto de não se poder voltar a entrar no Salão depois de ter saído. Acho que as pessoas deviam ter todo o direito de ir jantar “fora”, passear à beira-rio e depois voltar para mais uma valente dose de erotismo, pornografia e decadência mental. Há pulseirinhas, há maneiras de controlar. Um gajo sai, já não pode voltar a entrar? Está mal.

E eu até nem tenho problemas, porque a credencial de jornalista me transforma numa espécie de space-shuttle com os problemas quase todos resolvidos.

Para resumir: êxito nos strips, êxito enorme da zona do Fetiche (bichas à brava), Zona Gay muito sossegada e zona do festival de cinema com  muito pouca assistência fixa.

Mas isso são contas de outro rosário. Por falar em rosário, sabem que há uma menina no stand da Play Girl (fatiotas e etc. variados) vestida de freira, em vinil? Bem isso era o menos. O pior é que esta brasileira paulista radicada no Porto é católica e até tem um bocadinho de sentimentos de culpa. Mas trabalho é trabalho e conhaque é conhaque. Calhou-lhe agora ser freira. E como eu gostava de pecar com essa freira de piercing no narizinho e um ar sensualmente tímido.

Portem-se bem, que eu não posso, pelo menos até Domingo.

Dick Hard

GOOD VIBRATIONS

DO TOY AO PAU DE CABINDA

Negócios ontem no Salão? Ninguém se queixou. Tudo de vento em popa! Arriba, portugueses! - disseram a Contranatura, a Erosfarma, a DXD, toda a gente, até o pessoal da praça (motoristas de táxi). Haja uma pausa na crise, caralhos me fodam! Até sabe bem ouvir isto!

Na DXD, estavam expostos na parede do fundo 84 vibradores de 70 euros. É o suprasumo dos vibradores da loja, um modelo de Maio.

Senhoras e senhores, meninas e meninos e Teresa Ricou, tenho o prazer de apresentar o incrível TOY JOY, de 72 velocidades.

(Música de saxofone, pratos e essas coisas todas das artes circenses. Olá, Pedro Tochas. Estás-me a ler, pá? Eu ainda sou mais ordinário que o teu espectáculo “Maiores de 18”. Por acaso agora bebia uma água. São 3h55m da matina e ainda tenho um colhão de coisas para debitar)

Perto do fecho do primeiro dia da ExpoFoda o TOY JOY liderava a concorrência interna da loja, com 18 vibradores vendidos. A palavra com o simpático belga David Reniens, homem para ter feito umas 400 feiras assim com caralhadas. Contas por alto, que ele é homem para metro e oitenta e tal. É à razão de 50 por ano, desde a Austrália à Chinamarca-Taipé:

- Vendeu muito bem. Para o preço, 18 é um número de acordo com os padrões de venda internacionais. Estou surpreendido agradavelmente pela forma positiva como decorreu este primeiro dia.

Ainda bem, pá. Eu gosto de ver as pessoas felizes. Explica lá essa cena do TOY JOY, que parece saído do “Blade Runner”, cheio de luzinhas e com uma espécie de “tablier electrónico” com horas e numerozinhos a piscar e tudo:

- Pois é, isto tem 72 velocidades. Antes de o utilizar é preciso estudar!

Atão diz lá outras apostas da loja!

- Tudo o que tenha controlo remoto está a sair muito bem.

Sair muito bem em termos de vendas, entrar muito bem em termos caseiros, no que toca a senhoras. Digo eu, que sou maluco.

                                    EROSFARMA

No stand da Erosfarma (malta do Porto simpática como o caralho, no Porto fala-se assim e eu não costumo escrever asneiras, mas ganho ao palavrão, o Eça de Queiroz é que ganhava à linha, sem pesca), tiro um “boneco”. Mas como não tenho máquina digital só no Sábado é que passo as fotos à São Rosas. Vai haver material fotográfico para um mês, nem vos digo nem vos conto.

Para me desculpar ponho o site dos gajos: www.erosfarma.pt.

(Andei aqui cinco minutos aos papéis e o site era simples como o pénis).

O Filipe estava ao telemóvel, passa a bola ao António, eu passo à frente de duas senhoras que estavam nas compras ao balcão, a palavra é devolvida ao António, pomo-nos os dois de cócoras a olhar a vitrina do estaminé e sai o Top-3 da Erosfarma, ainda a cheirar a pão acabado de fazer. Números das 00h45m:

1)  Stud Spray (retardante masculino). Na ordem das dezenas de vendas.

2) Golden Girl Jelly (anestesiante anal. Ó Sócrates, compra lá uma tonelada, para fazer um gosto aos portugueses!)

3) Pau de Cabinda (chá, não faço ideia se há em café e laranjada, a bordo dos aviões).

E o António explica: “Nós chamamos medicamentos aos afrodisíacos, aos retardantes e aos estimulantes”. Chamem o que quiserem. Desde que não me chamem filho da puta. Não conheço o passado da minha mãe e não tenho tempo para investigar nos dias mais próximos.

                            QUEEN OF HEARTS

Ouço um barulhinho de vibrador. Era a máquina das tatuagens.

Digo à loira gira: “Isso não lhe lembra um vibrador? Não a desconcentra?”

Riu-se à brava.

(É preciso acabar com o mito de que os homens com sentido de humor têm mais êxito na vida sexual. Comigo é mentira e estamos conversados!)

Sai uma foto da loira com o símbolo da loja em fundo. “Vai sair no jornal?”. Não é jornal. É blog.

“Quando é que sai?”.

“Não sei, isto não é máquina digital e eu não tenho scanner”.

“Já era tempo de comprar uma máquina a sério”, diz um senhor grande que estava a arrumar a loja.

Pois. E a crise?

Então e tatuagens, durante o dia de hoje?

“Muitas”. Está visto, o Paraíso desceu à ExpoFoda.

L.G.

O “COMANDO” DO HERMAN JOSÉ

Herman José chegou ao Salão, passeou longamente pelos corredores e peregrinou pelos “stands”. Sempre de “cameraman” atrás e um séquito de espectadores a querer tocar-lhe, cumprimentá-lo, perguntar algo.

Aproximei-me para tirar uma foto. O segurança dele, um senhor de fato e gravata e um ‘pin’ dos Comandos no casaco, abriu os braços. Parecia o Cristo-Rei. Já não passava por um número destes desde o tempo do famoso “Penalty”, no Sporting, Dinastia Jorge Gonçalves.

- Desculpe. Sou jornalista.

- Por ser jornalista não é mais que os outros.

- Pois não, mas estou num espaço público e só pretendo tirar uma foto. Estou credenciado para isso.

- Mostre lá a credenciação!

Quando eu ia a mostrar, virou-me as costas, não sei se esperançado nalgum acto sexual mais impetuoso da minha parte. Ou isso ou simples falta de chá. Aconselho o “stand” da Erosfarma. Têm pau de Cabinda em chá.

Vinte segundos depois, a zona estava completamente invadida pelo público e o senhor dos “Comandos” queimava inadvertidamente um braço de um espectador, com o cigarro aceso. É dos livros: Comando que seja segurança de Herman José e ande no Salão tem de fumar.

O senhor continuou a tentar atrapalhar a vida a toda a gente, sempre a meter os braços.

Lanço daqui o repto ao caríssimo Carlos Ramjanali, destas vidas do kickboxing e das galas no Arena: “Ó Carlos, não dá para organizar assim à última da hora um combatezito entre o senhor dos Comandos e o Alexandre Frota?”.

Se o Alexandre Frota aceitar, claro.

Passado um bocado, fiz uma tangente ao Herman e fui dar um beijinho à Maria Vieira e um abraço ao Fernando Rocha, companheiros argumentistas do álbum “Fadas Láureas”, do Luís Louro.

O senhor dos Comandos deixou.

Ainda bem. Fico mais descansado.

Não te ponhas a pau, Herman! Qualquer dia queres outro Rolls Royce, outro Rolex e o senhor dos Comandos diz-te:

- Lá por ser o Herman José não é mais que os outros. Mostre lá a sua cretinização!

NOTA DO REDACTOR - Senhor dos Comandos, se me quiser aviar faça favor. Já levei na corneta dos hooligans do Sporting num jogo de andebol. Mais murro menos murro, menos cabeçada menos cabeçada, está tudo bem. Mas tome atenção: eu sou praticante de hidroginástica no Holmes Place. Veja lá se quer que eu lhe aplique com um polichinelo no alto da tola ou um esqui em suspensão nas partes baixas.

L.G.

Afunda-te no número anterior:

Número zero - a apresentação da ExpoFoda