Número zero - a apresentação da ExpoFoda

Visita o blog «a funda São»... a afundar todos os dias, desde 2003!

 

QUENTES & BOAS

 

--- Herman José é esperado hoje, quinta-feira, pelas 23 horas, na ExpoFoda. A "Missão Rábula", certamente com objectivos inconfessáveis, é uma operação da SIC. E se mais não dizemos é porque mais não sabemos.

 

--- Cristina Costa, a "stripper" que desencaminha os homens no programa "Fiel ou Infiel", da TVI, esteve na apresentação da ExpoFoda. Inquirida pela nossa equipa de reportagem (Luís Graça+Dick Hard+Inocêncio Pinga-Amor, ou seja, eu) adiantou que vai desfilar "lingerie" da sex-shop Afrodite e ainda proporcionar a todo o respeitável público um show erótico na companhia carnal do seu marido Richard. E reacções das pessoas à sua participação no "Fiel ou Infiel" ? Já houve muitos insultos? "Pelo contrário, toda a gente que vem ter comigo é para me felicitar".

 

--- "Estou muito feliz por estar aqui. Espero que isto possa ser o início de muitas vitórias. É importante abrir as portas para o mercado português. 'Tá bom? Valeu? Sucesso para todos". Quem disse estas bonitas palavras? Alexandre Frota, depois de chamado ao palco por Bibian Norai: "Olá, que tal, amor?".

 

--- A montagem dos "stands" do pavilhão 4 da FIL foi o bom e o bonito. A malta da logística tinha um bocado de dificuldade em se concentrar, perante o material que ia entrando no seu campo de visão. Tipo criancinha em loja de brinquedos.

L.G. 


BRIGITTA! BRIGITTA! BRIGITTA!

Aguenta, coração!

Foi, sem dúvida, o momento da noite.

A louríssima Brigitta, um espanto de mulher, mesmo ao lado do vidro do Jardim do Marisco, começou a tirar a roupa e...vai buscar Tibi, que se faz tarde!

Abanei! Se fosse a Torre de Pisa no meio de um tornado só parava na prateleira dos jogos na “Toys R Us”.

Fiquei particularmente impressionado com o lado espiritual do “piercing” vaginal e do pequeno anel prateado num dos dedos dos pés.

Ao lado, um senhor fisicamente bem constituído, que acompanhava a menina, nem vibrava que fosse um estremecimento de dominó. E ela lá ficou a sorrir, ao colo do senhor, vestindo-se rapidamente.

Mãe, quero mais!

L.G.


 

PUTAS LEGAIS É NA COLÔMBIA

 

Chama-se Samantha e é uma colombiana cheia de estilo. Extrovertida, sentido de humor, atrevida com um toque tímido, se Deus quiser.

Natural de Cali, veio para a Europa há seis anos. Está radicada em Espanha (Valência) e não diz que não a uma boa “paella”. Também era melhor!

De resto, aprecia imenso a comida valenciana. E eu, espera aí que já te dou o arroz: “Então como vamos de sexo na Colômbia?”

“É um país muito aberto. O trabalho do sexo é legal”.

A prostituição é legal na Colômbia?

“Sim, com todos os cuidados que isso implica”.

Ou seja, inspecções das autoridades sanitárias.

Não há nenhum Salão tipo ExpoFoda, mas há iniciativas de variados calibres.

A menina Samantha faz parte do “stand” de Melany Moore e está disponível para as Private Dance. Nos seus “shows” de strip dá-lhe com música forte, tipo heavy metal ou rock pesado.

Só não ficámos com água na boca porque o nosso copo tinha Licor Beirão.

E os portugueses? “Muy calientes”.

No meu caso é mais “muy carente”.

L.G.


 

BIBIAN NORAI E VANESSA MAE                    JUNTAS NOS PALCOS DA FIL

 

Dick Hard: Isso é título que se faça, ó Luís Graça?

Luís Graça: Então! É verdade!

Dick Hard: Ó meu, vai dar banho ao cão!

 

É verdade, sim senhor. Bibian Norai vai-se despir ao som rasgadinho do violino energicamente paganiniano de Vanessa Mae, a menina que toca violino de olhos fechados enquanto disserta interiormente sobre “A Crítica da Razão Pura”, do Immanuel Kant. E se não quiser não cante.

Mas há mais. Muito mais. Bibian Norai soma ao violino de Vanessa Mae um vestido de flamenco de se lhe tirar o chapéu. Ainda não vi, mas não custa nada escrever. É bem provável que não esteja a faltar à verdade. Por estas altura, pode ser que alguém já tenha apreciado e depois navegue aqui no blog e diga: “Porra, isto é que é jornalista em cima do acontecimento!”.

E mais? E mais? Diz a Bibian:

“Vou fazer aí uns sete shows de strip, a uma média de dois a três diários. Aposto mais em trajes para o lado do fantástico. Doirados, coisas vistosas. Os shows duram uns 20 minutos e interagem com o público. Chamo-os ao palco, ponho as pessoas quentes”.

Quem estiver muito quente, tem bom remédio: salte para o Tejo. Se o Professor Marcelo o fez, a iniciativa não será inédita.

Em Portugal há indústria porno?

“Há, mas é pequena. Está à espera de emergir. Por isso é que viemos cá, para que a indústria fique mais forte”.

O intercâmbio entre Portugal e Espanha é possível?

“Claro. Já se faz em toda a Europa. Portugal há-de lá chegar, com os seus actores e a sua identidade sexual”.

A decoração de interiores é coisa do passado ou pode dar-lhe uma recaída?

“É passado. Agora só faço em minha casa. Não tenho tempo”.

E agora, senhores leitores, um rasgo de verdadeiro génio. Se estavam à espera da sacramental pergunta (“Quais são as coisas que mais a atraem e mais a repelem no meio da pornografia?”) que tal esta: Quais foram as coisas que mais a atraíram e mais a desgostaram no meio da decoração de interiores?

“A parte positiva é a criatividade, que eu ponho em tudo em que participe. A parte negativa acontecia quando já havia uma relação de muita confiança com um cliente e as coisas descambavam para: ‘ai, não gosto do tom da parede, ai a cortina ali não pode ser...’. A pornografia é muito mais simples”.

Apesar dessa simplicidade toda, há quem faça dela um bicho de sete cabeças. Não receia que haja manifestações de protesto à porta do Salão, por parte de mentes mais puritanas?

“Não! Estou certa de que isso não vai acontecer. Quem quer, entra. Quem não quer fica de fora. Estou confiante de que não vai acontecer nada de mal. A ocorrer, seria um atentado à liberdade sexual das pessoas portuguesas”.

Tomem e embrulhem!

(Porra, são apenas quatro dias por ano. Deixem lá a malta esquecer o défice e as agruras da vida)

 

Numa altura em que as relações entre a Europa e os Estados Unidos são reequacionadas, como se pode comparar a pornografia dos States e a pornografia europeia?

 

(Reparem como consegui fazer uma pergunta banal de um modo intelectual)

 

“A produção dos Estados Unidos é muito maior. Fazem 150 mil filmes por ano. E filmam muito mais rápido, sem dar muita atenção ao argumento. As  mulheres americanas são mais ‘pneumáticas’. Na Europa há uma tradição cultural mais ampla”.

 

Estava na hora de me levantar da mesa e ceder lugar aos outros jornalistas. Eu cá foi um bocado ‘à canzana’. Perguntei se podia falar com a malta e quando me disseram que sim saltei educada e jornalisticamente em cima da Bibian.

A Bibian esteve em Portugal toda a semana passada e esta semana foram mais quatro dias de promoção do Salão. Mas em frente ao Tejo era a primeira vez, descontando a refeição com o Frota, pouco tempo antes.

Que tal de Tejo?

“Gosto muito do rio. Vivo numa casa ao lado do mar. Gosto de estar em Lisboa. É uma cidade aberta, que sabe receber bem”.

O Mostrengo Adamastor tinha razão. A senhora é uma simpatia.

L.G.


PROGRAMA DAS FESTAS PARA DIA 30

 

Zona Fetiche:

Espectáculos de Lady Monique de Nemours e Mistress Basia (14 e 30 horas, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23 e 24).

 

Exposição de fotografias e pintura de artistas como Hélder e Celso Júnior.

 

Zona Gay:  

Shows masculinos às 14 e 30 horas, 15 e 30, 16 e 30, 17 e 30, 18 e 30, 19 e 30, 20 e 30, 21, 21 e 30, 22 e 30, 23 e 30, 00 e 30.

 

Cinema (Clássicos porno, filmes de culto):

“Torturas de Prazer num campo nazi” (Gail Palmer, Bob Chinn, 1981); “Atrás da porta verde” (Mitchell Brothers, 1977); “Pecados Escaldantes” (Marc Dorcel); “Adolescentes sem vergonha” (John Stagliano, 1991); “No parque é que é bom” (Duck Dumont, Charles de Santos, 1985); “Látex, o orgasmo virtual” (Michael Ninn, 1996).

 

Hard Zone:

Os espectáculos mais quentes do Salão, com Melany Moore & Companhia e Anusha. Shows contínuos todos os dias.

“Casting” para quem quiser aderir ao erotismo.

 

Palco de espectáculos:

Espectáculos com todas as estrelas internacionais e as melhores strippers.

Life Strip Club --- diariamente às 14, 14 e 30, 15 e 15 e 30.

Exotic Angels --- diariamente (excepto domingo) das 22 às 00 e 30.

 

Palco principal:

Artistas internacionais --- diariamente, das 16 às 22.

 

Arte Erótica:

DDACO apresenta, em estreia, o trabalho “Octopidarium”, o único Rolls Royce erótico do mundo.

 

 

DICKATORIAL

ONDE HÁ MILHO HÁ POMBOS

 

Onde há milho há pombos, ou diz o povo ou inventei eu agora mesmo. 

Vem isto a propósito das reacções do pessoal à beira-Tejo, sempre que uma das vedetas do Salão Erótico começava a despir a roupa. Como por magia, formava-se logo um círculo bem comportado de curiosos e um "pelotão de fuzilamento por flashes" constituído por jornalistas das mais variadas proveniências "mass-mídicas". Passou-se tudo na noite e princípio de madrugada de quarta para quinta, no Jardim do Marisco, sub-território do Jardim do Tabaco, ali a Santa Apolónia, que já tinha sido escolhido para "quartel-general" do lançamento do livro "Amanhã à mesma hora", da bióloga/stripper/escritora Leonor Sousa. 

Até elas começarem a despir-se, a apresentação do Salão decorria em clima de franca confraternização, comes e bebes e etc. Pelo meio, muitas entrevistas, com a porta-voz do Salão, Bibian Norai, francamente requisitada. E o Dick Hard partiu da pole position neste particular. Quando elas começaram a despir-se, aí sim, foi a loucura total, embora sem desmaios. Silenciosa e reverendamente, o público queria ver tudo desde o princípio. Mas elas tão depressa se vestiam como se despiam. E enquanto a Anusha mostrava os seios mesmo à beirinha de um mergulho involuntário no Tejo, este vosso Dick Hard (ou seria o jornalista Luís Graça?) vestia o pullover, que a humidade fazia alguma mossa e o copinho de licor Beirão não tornava o plumitivo invulnerável à frescura da madrugada. 

Para além dos profissionais, muito telemóveis se ergueram em manifestação de agrado. E muitos nus (parados ou em movimento) passaram a constar dos últimos modelos da tecnologia de comunicação. Alexandre Frota chegou com uma bela morena pela mão, faltavam cinco minutos para a meia-noite. Dois minutos depois, começava a apresentação oficial.

E agora? O que vai acontecer no Salão, vulgo ExpoFoda? Antevejo sucesso. E avanço com o número de 30 mil visitantes. Fontes bem informadas disseram-me que vinha muita gente do Porto. Também antevejo gente a fugir das câmaras de televisão, depois de visitar o Salão. E críticas dos sectores mais puritanos. E cartas aos directores de jornais. E cartas a contestar as cartas anteriores. E visitas dos famosos. E gente que gostava de ser fotografada com os famosos e não conseguiu. E pessoal trabalhador do Salão que ao fim de quatro dias está já mortinho para que aquilo acabe, para gozar um merecido descanso. É sempre assim. Já me aconteceu com o Estoril Open e o Salão de Banda Desenhada da Amadora. Mas, como dizia a personagem de Mira Sorvino, actriz porno em "Poderosa Afrodite", de Woody Allen, é mesmo para isto que eu me sinto vocacionado.

Dick Hard


 

A BOQUILHA DE ANUSHA

 

Anusha apresentou-se no Jardim do Marisco com uma boquilha bem comprida. “Gosto de boquilhas e utilizo-as nos meus shows. Mas estou a ver se consigo deixar de fumar”.

Faz ela bem. Por acaso gostava de assistir a uma conversa entre o Professor Fernando Pádua e a Anusha. Ele a convencê-la dos malefícios do tabaco, ela a falar-lhe das vantagens da pornografia.

L.G.


 

A ALUNA DE COMANECI

 

Melany Moore, nome de artista. Com site em www.melanymoore.com.

Raimundo, o homem por trás das meninas, não deixa esquecer. Italiano de Nápoles, sabe promover as suas meninas e vai apresentando o grupo de trabalho ao jornalista. São mais ou menos uma equipa de andebol de 7 e estão em Lisboa para strips e strips privados.

Melany, a stripper das acrobacias impossíveis, teve a melhor professora do mundo. Uma senhora muito respeitável chamada Nadia Comaneci,que deslumbrou o mundo do desporto nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, atingindo a perfeição: “10” e as desculpas do júri.

Melany nunca entrou em competições, mas foi praticante de ginástica entre os 5 e os 22/23 anos. Há nove anos que anda nesta vida. Um pouco por toda a Europa, com “bases” em Espanha e Itália.

“E em Outubro vamos estar em Barcelona”, lembra Raimundo.

Então e Lisboa, Melany?

“Gosto das pessoas. É a primeira vez que estou cá, mas muito agradada. Quero vir sempre ao Salão de Lisboa”.

Bolas! E as portas só abrem às 14 horas...

Isto é que é fé, senhores leitores.

L.G.


 

A MULHER QUE ADORA MILO MANARA

 

Enquanto todos os jornalistas andavam atrás de Bibian Norai e Melany Moore, uma mesinha do canto do Jardim do Marisco estava recatadamente à conversa, apreciando a brisa do Tejo.

Checas à meia-dúzia, entre elas Cláudia Claire e Jane Darling, que já tinha falado para a SIC. E também a deliciosa francesa Nomi. Normal, pois já se conhecem de outros carnavais porno.

Entre outros filmes, vi o “Enfermeiras Quentes” com a Nomi e a Jane Darling e resolvi exercitar a prática da língua francesa. Refiro-me à minha prática da língua dela e não à prática da língua dela em mim.

Posso sentar-me?

“Je vous en prie”.

“Merci bien”.

A Nomi já esteve em Portugal há cinco anos, para fazer strip num clube da zona do Porto. Ponderada, recusou-se a fazer os elogios da praxe aos portugueses, pois ainda não viu nada. Chegara a Olissipo há poucas horas.

Nomi filma um pouco por todo o lado. França, Espanha, Estados Unidos, Alemanha. Anda nisto da pornografia há cinco anos, mas não pensa parar para já.

“Enquanto me divertir...”

E agora outra pergunta cheia de quintessências: gosta mais de filmar nos Estados Unidos ou na Europa?

 

(Diz Europa, diz Europa, diz Europa, um, dois, três, Europa!)

 

“Gosto mais de filmar nos Estados Unidos”.

 

(Oh!)

 

“Nos Estados Unidos filmam mais rápido. E gosto do calor”.

Mas os filmes europeus não são um bocadinho mais poéticos, mais oníricos, não têm outro cuidado com o argumento, com os cenários?

“É verdade. Por isso filmo na Europa e nos Estados Unidos. Gosto das duas coisas. Os “gros films” têm esse atractivo, de ser mais cuidados. Fala muito bem francês”.

Agradeci. E até nem estava no esplendor máximo. Tinha passado um bom bocado da noite a falar espanhol, o que danifica sempre bastante a cremalheira linguística. E só de ver os olhos da Nomi tão perto dos meus ficava com a tarefa um bocado dificultada. Apetecia-me ir passear com ela ao longo do Tejo, de braço dado, a segredar-lhe confidências do estilo:

- Sabe, apesar de ser um grande conhecedor de pornografia, não sou bem tarado sexual. Isto é tudo carências, sabe. E gostava de me tornar seu amigo. Não alimento qualquer esperança de ter conhecimento bíblico do seu corpo. O tempo das utopias já passou.

Mas nada disto aconteceu.

- O meu francês? Oh! Já estou muito esquecido. Falta-me prática, principalmente de escrita. Mas vejo cinema francês, dou-me muito bem com as pessoas do Instituto Franco-Português, leio muita BD em francês e vejo o bloco noticioso da France 2, às 6 da matina, antes de me deitar.

- Ah!bem...

- Gosta de BD?

- Gosto.

- Conhece o Christophe Blain, do “Isaac, o pirata”? E o Hervé Baru, de “Os anos Sputnik”?

- Não, mas gosto muito de Manara.

Ora bem, eu estava em casa. E depois pus-me a falar do maestro e a contar da visita dele à Amadora.

Se eu fosse o Frota, não sei como a noite teria acabado. Sendo o Luís Graça (o Dick Hard é mesmo ficção), apanhei um táxi em Santa Apolónia (os outros motoristas ficaram a bater uma cartada, que o comboio da 1 e 19 não tinha agitado a praça como se desejava) e vim para casa escrever. O grande prazer da noite foi comer dois chocolares Cadbury (dos pequeninos) e ouvir bom jazz.

E já gozo!

L.G.


  

  

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


(fo)dia-a-(fo)dia do I Salão Internacional Erótico de Lisboa

Esta página faz parte integrante do blog a funda São e não pode ser vendida separadamente.

Se queres comentar, envia um e-mail que nós agradecemos.